No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Jesus Cristo,
Rei e Senhor do Universo. A Palavra de Deus que nos é proposta neste
último domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da
realeza de Jesus; deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode
ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se
concretiza de acordo com uma lógica própria, a lógica de Deus. O
Evangelho, especialmente, explica qual é a lógica da realeza de Jesus.
A primeira leitura anuncia que Deus vai intervir no mundo, a fim de
eliminar a crueza, a ambição, a violência, a opressão que marcam
a história dos reinos humanos. Através de um “filho de homem”
que vai aparecer “sobre as nuvens”, Deus vai devolver à
história a sua dimensão de “humanidade”, possibilitando que os homens
sejam livres e vivam na paz e na tranquilidade. Os cristãos
verão nesse “filho de homem” vitorioso um anúncio da realeza de
Jesus.
Na segunda leitura, o autor do Livro do Apocalipse apresenta Jesus como o Senhor
do Tempo e da História, o princípio e o fim de todas as coisas, o
“príncipe dos reis da terra”, Aquele que há-de vir “por entre as
nuvens” cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um
reino definitivo de felicidade, de vida e de paz. É, precisamente, a
interpretação cristã dessa figura de “filho de homem” de que falava a
primeira leitura.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático,
Jesus a assumir a sua condição de rei diante de Pontius Pilatus. A cena
revela, contudo, que a realeza reivindicada por Jesus não assenta em
esquemas de ambição, de poder, de autoridade, de violência, como
acontece com os reis da terra. A missão “real” de Jesus é dar
“testemunho da verdade”; e concretiza-se no amor, no serviço, no
perdão, na partilha, no dom da vida.