domingo, 24 de setembro de 2017

REFLEXÃO SOBRE TODA A LITURGIA DO VIGÉSIMO QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM DO (ANO A)

A liturgia deste Vigésimo Quinto Domingo do Tempo Comum, convida-nos a descobrir um Deus cujos caminhos e cujos pensamentos estão acima dos caminhos e dos pensamentos dos homens, quanto o céu está acima da terra. Sugere-nos, em consequência, a renúncia aos esquemas do mundo e a conversão aos esquemas de Deus.
A primeira leitura pede aos crentes que voltem para Deus. “Voltar para Deus” é um movimento que exige uma transformação radical do homem, de forma a que os seus pensamentos e acções reflictam a lógica, as perspectivas e os valores de Deus.
O Evangelho diz-nos que Deus chama à salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, os créditos, as qualidades ou os comportamentos anteriormente assumidos. A Deus interessa apenas a forma como se acolhe o seu convite. Pede-nos uma transformação da nossa mentalidade, de forma a que a nossa relação com Deus não seja marcada pelo interesse, mas pelo amor e pela gratuidade.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de um cristão (Paulo) que abraçou, de forma exemplar, a lógica de Deus. Renunciou aos interesses pessoais e aos esquemas de egoísmo e de comodismo, e colocou no centro da sua existência Cristo, os seus valores, o seu projecto.

EVANGELHO DO VIGÉSIMO QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM DO (ANO A)

                 
EVANGELHO                                             Mt 20, 1-16a
         «Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola:
«O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário,
que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ajustou com eles um denário por dia
e mandou-os para a sua vinha.
Saiu a meia-manhã,
viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes:
‘Ide vós também para a minha vinha,
e dar-vos-ei o que for justo’.
E eles foram.
Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde,
e fez o mesmo.
Saindo ao cair da tarde,
encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes:
‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’.
Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’.
Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’.
Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz:
«Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário,
a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’.
Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um.
Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais,
mas receberam também um denário cada um.
Depois de o terem recebido,
começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo:
‘Estes últimos trabalharam só uma hora,
e deste-lhes a mesma paga que a nós,
que suportámos o peso do dia e o calor’.
Mas o proprietário respondeu a um deles:
‘Amigo, em nada te prejudico.
Não foi um denário que ajustaste comigo?
Leva o que é teu e segue o teu caminho.
Eu quero dar a este último tanto como a ti.
Não me será permitido fazer o que quero do que é meu?
Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’.
Assim, os últimos serão os primeiros
e os primeiros serão os últimos».
Palavra da salvação.

domingo, 17 de setembro de 2017

REFLEXÃO SOBRE TODA A LITURGIA DO VIGÉSIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM DO (ANO A)

A Palavra de Deus que a liturgia deste Vigésimo Quarto Domingo do Tempo Comum nos propõe, fala do perdão. Apresenta-nos um Deus que ama sem cálculos, sem limites e sem medida; e convida-nos a assumir uma atitude semelhante para com os irmãos que, dia a dia, caminham ao nosso lado.
O Evangelho fala-nos de um Deus cheio de bondade e de misericórdia que derrama sobre os seus filhos – de forma total, ilimitada e absoluta – o seu perdão. Os crentes são convidados a descobrir a lógica de Deus e a deixarem que a mesma lógica de perdão e de misericórdia sem limites e sem medida marque a sua relação com os irmãos.
A primeira leitura deixa claro que a ira e o rancor são sentimentos maus, que não convêm à felicidade e à realização do homem. Mostra como é ilógico esperar o perdão de Deus e recusar-se a perdoar ao irmão; e avisa que a nossa vida nesta terra não pode ser estragada com sentimentos, que só geram infelicidade e sofrimento.
Na segunda leitura S. Paulo sugere aos cristãos de Roma, e a cada um de nós em particular, é que as comunidades cristãs têm de ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão. Ninguém deve desprezar, julgar ou condenar os irmãos que têm perspectivas diferentes. Os seguidores de Jesus devem ter presente que há algo de fundamental que os une a todos: Jesus Cristo, o Senhor. Tudo o resto não tem grande importância.

EVANGELHO DO VIGÉSIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM DO (ANO A)

                            
EVANGELHO                                            Mt 18, 21-35
           «Não te digo que perdoes até sete vezes,
                      mas até setenta vezes sete»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe:
«Se meu irmão me ofender,
quantas vezes deverei perdoar-lhe?
Até sete vezes?».
Jesus respondeu:
«Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei
que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo de começo,
apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar,
o senhor mandou que fosse vendido,
com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía,
para assim pagar a dívida.
Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo:
‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’.
Cheio de compaixão, o senhor daquele servo
deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros
que lhe devia cem denários.
Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo:
‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo:
‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’.
Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender,
até que pagasse tudo quanto devia.
Testemunhas desta cena,
os seus companheiros ficaram muito tristes
e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido.
Então, o senhor mandou-o chamar e disse:
‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias,
porque mo pediste.
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro,
como eu tive compaixão de ti?’.
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos,
até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste,
se cada um de vós não perdoar a seu irmão
de todo o coração».
Palavra da salvação.

domingo, 10 de setembro de 2017

REFLEXÃO SOBRE TODA A LITURGIA DO VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM DO (ANO A)

A liturgia deste vigésimo terceiro domingo, sugere-nos uma reflexão sobre a nossa responsabilidade face aos irmãos que nos rodeiam. Afirma, claramente, que ninguém pode ficar indiferente diante daquilo que ameaça a vida e a felicidade de um irmão e que todos somos responsáveis uns pelos outros.
A primeira leitura fala-nos do profeta como uma “sentinela”, que Deus colocou a vigiar a cidade dos homens. Atento aos projectos de Deus e à realidade do mundo, o profeta apercebe-se daquilo que está a subverter os planos de Deus e a impedir a felicidade dos homens. Como sentinela responsável alerta, então, a comunidade para os perigos que a ameaçam.
O Evangelho deixa clara a nossa responsabilidade em ajudar cada irmão a tomar consciência dos seus erros. Trata-se de um dever que resulta do mandamento do amor. Jesus ensina, no entanto, que o caminho correcto para atingir esse objectivo não passa pela humilhação ou pela condenação de quem falhou, mas pelo diálogo fraterno, leal, amigo, que revela ao irmão que a nossa intervenção resulta do amor.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Roma (e de todos os lugares e tempos) a colocar no centro da existência cristã o mandamento do amor. Trata-se de uma “dívida” que temos para com todos os nossos irmãos, e que nunca estará completamente saldada.

EVANGELHO DO VIGÉSIMO TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM DO (ANO A)


                   
EVANGELHO                                                Mt 18, 15-20
             «Se te escutar, terás ganhado o teu irmão»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Se o teu irmão te ofender,
vai ter com ele e repreende-o a sós.
Se te escutar, terás ganhado o teu irmão.
Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas,
para que toda a questão fique resolvida
pela palavra de duas ou três testemunhas.
Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja;
e se também não der ouvidos à Igreja,
considera-o como um pagão ou um publicano.
Em verdade vos digo:
Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu;
e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu.
Digo-vos ainda:
Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa,
ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus.
Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome,
Eu estou no meio deles».
Palavra da salvação.